23 abril, 2007

Moção - Erosão Costeira - JSD/Ovar

Muitos autores estimam que cerca de 70% das linhas de costa em todo o mundo estão a experimentar erosão. Isto tem despertado a atenção de numerosos cientistas para este fenómeno, nomeadamente quanto à compreensão das suas causas e o que fazer para minimizar os prejuízos materiais decorrentes do mesmo.

Portugal é um dos países da União Europeia que mais sofre com a erosão costeira. O litoral português encontra-se sujeito a uma erosão acentuada.

Juntamente com as causas naturais, a intervenção do Homem é um dos factores que tem vindo a potenciar a erosão do litoral. A extracção, todos os anos, de vários milhões de toneladas de areia, contribui também para o desgaste da zona costeira.

Assim, à vulnerabilidade da nossa costa tem correspondido uma acelerada concentração populacional, acompanhada por um conjunto de actividades que fragilizam ainda mais o litoral: extracção de areias, construção de estradas, descarga de esgotos…

A tendência da erosão na nossa costa é para um aumento crescente, na zona de Aveiro tem uma erosão muito séria e um grande recuo da linha da costa.
Os rios trazem cada vez menos sedimentos até à foz. Por exemplo o Rio Douro é o principal contribuinte de sedimentos, mas devido às barragens uma grande quantidade de sedimentos fica aí retida; factor ao qual também se associa as extracções de areias.
Por outro lado, os molhes do Porto de Aveiro, os esporões e enrocamentos presentes em todo o sector acabam por ser armadilhas para o pouco sedimento disponível. Algumas das soluções passaram pela transferência artificial dos sedimentos do molhe norte para o sul ou pela destruição dos esporões substituindo-os pela re-alimentação artificial das praias. Estas medidas têm os seus encargos mas se avaliarmos os custos da construção de um esporão e a sua manutenção, acaba por ficar mais barato.
Foi com esta opção que se recuperaram as praias da Costa Nova e da Barra na década de 70/80.

Os esporões resolvem o problema pontualmente, no entanto, transferem o problema para sul, uma vez que normalmente não se colmatam.
Considerando a importância estratégica da zona costeira, em termos ambientais, económicos e sociais, bem como a sua enorme fragilidade e a situação de risco em que se encontra e que se tem vindo a agravar progressivamente; considerando também o conhecimento técnico e científico actual, bem como os estudos e programas desenvolvidos, repara-se que nos últimos anos, o avanço do mar em certas zonas do País atingiu valores que motivam preocupação.

O litoral do distrito de Aveiro tem uma taxa média de recuo muito elevado, superior à média nacional.

De acordo com os relatórios do próprio Ministério do Ambiente há praias que estão a sofrer um recuo de 2 a 3 metros anuais, em consequência do avanço do mar.

Esta preocupante situação justifica a definição de uma estratégia que evite situações desagradáveis.
O litoral do Distrito de Aveiro é hoje uma zona de elevado risco face ao avanço do mar,
Do ponto de vista ambiental importa ter também uma atenção especial com as consequências directas e indirectas na Ria de Aveiro, Barrinha de
Esmoriz e Lagoa de Paramos.

Espinho, Ovar, Esmoriz, Cortegaça, Maceda, Furadouro, Barra, Costa Nova, Vagueira e Areão estão identificadas como zonas de elevado risco, onde existe um intenso e generalizado processo erosivo numa costa arenosa baixa, com escassa alimentação aluvionar e que é objecto de um clima de agitação marítimo severo. Por exemplo, nove metros é a média anual de avanço do mar na Praia do Furadouro em Ovar.
Têm existido sucessivos alertas para as possíveis consequências do aumento deste desgaste: destruição de casas, estradas e habitats naturais são as consequências mais imediatas. Prevêem-se ainda efeitos nas actividades económicas, nomeadamente envolvendo o turismo.

Em conclusão, espera-se um forte impacto ecológico, social e económico devido a este crescente problema, sendo por isso de revelar o quanto importante é a intervenção imediata e urgente por parte das autoridades responsáveis, de forma a poder evitar o pior dos cenários.
É urgente a promoção de uma gestão integrada e sustentável dos recursos naturais, conciliando com o desenvolvimento sócio-económico, a protecção e valorização de todas as áreas costeiras, a requalificação ou mesmo revisão da ocupação urbana nas zonas costeiras de forma a antecipar eventuais riscos associados à erosão.
Neste cenário é arrepiante pensar o futuro. Mas quando se trata de proteger pessoas e bens, só uma coisa nos deve mobilizar: agir, e rapidamente porque a necessidade urgente de uma intervenção e de obras de protecção nas praias do distrito de Aveiro, até porque estão em perigo milhares de pessoas e bens materiais.

A verdade é uma, já se tem notado alguma intervenção, tudo isso devido à pressão da comunicação social e dos nossos autarcas, fez com que o Instituto da Água pusesse em marcha uma acção de reforço em algumas praias do nosso distrito, para poder, assim, conseguir estancar a fúria do mar. Pelo menos para já.
Estas intervenções pontuais conseguem atenuar o problema por algum tempo, mas não resolvem a questão de fundo.

«Não será mais sensato e realista deslocar as populações das zonas ameaçadas pelo mar do que tentar deter o mar?»
Esta indiferença e ausência de resposta do Ministério do Ambiente, do
Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional são altamente preocupantes.

(p.s.- esta moção ajudou na elaboração da Moção Sectorial da JSD/Distrital de Aveiro)

4 comentários:

Anónimo disse...

Parabéns pela moção, está muito bem aprofundada. Agora falta a prática...

Anónimo disse...

A prática não parte de uma pessoa só mas sim de toda a comunidade, não podemos e ficar imparciais com que se está a passar com a nossa bela ria de aveiro,quem dera a muitas regioes terem uma ria como a nossa, tambem nao sei qual e o motivo por parte dos autarcas não conseguirem dar uma soluçao de potencializar e dar o devido valor que a nossa ria de Aveiro mereçe, temos todos que fazer um esforço para que tudo isso aconteça nao podemos ficar parados,não podemos ficar acomodados porque isso não e desenvolvimento, desenvolvimento e ir ao encontro dos problemas existentes e tentar arranjar soluçoes sustentaveis para podermos ter um futuro melhor.

VIVA A JSD!

Nuno Morais

Anónimo disse...

Mais uma vez a jsd está à frente de tudo e todos, pensam mais e melhor que todos os políticos do nosso concelho. Só espero que os políticos do nosso concelho, leiam esta moção e que tirem todos os apontamentos e ideias para que o avanço do nosso mar não nos ultrapasse!!! Mais uma vez fico contente por ver que a jsd está a trabalhar, e ainda por cima a trabalhar mais à frente do que os nossos políticos vareiros. Parabens pela moção que está bem elaborada.
Continuem assim que estão a fazer um belíssimo trabalho.

Anónimo disse...

Depois dde ler com atenção esta moção deparo que esta bem elaborada, desde já as minhas felicitações. Relativamente ao facto de todas as ideias serem postas em prática não sei se será possivel. Mas fica a dúvida até porque voces não estão no poder para poder executa-las...